A perda ( Continuação 2 )
- Foi uma barra, Nossa Senhora. Foi uma perda muito grande, muito grande mesmo. Minha Mãe era o esteio na vida da gente. Você perder a mãe e parece que perde o centro, perde o chão.
- De todo os filhos, ele era o mais ligado à mãe - revelou Sodré. Eu me lembro de ele chegar em casa, umas nove horas da manhã, chorando muito. Abraçou minha esposa Cida e eu e, em meio soluços, nos disse que tinha perdido a mãe.
Sodré tentou consolá-lo, mas nessa horas não há palavras que confortem. O abraço foi suficiente para que Amado sentisse que tinha um amigo ao seu lado.
- Ele ficou cabisbaixo durante seis meses - falou Reginaldo.
Uma semana antes, Sodré havia viajado para a fazenda com Cida, Amado e a mãe do cantor. Quando anoiteceu e chegou a hora de dormir, cada um foi para seu quarto: Interrompendo o silêncio da noite, dona Joana gritou:
- Reginaldo, você conhece a piada do padre de não sei o quê?
- Não, dona Joana. Conta aí pra gente.
Bastou ela lembrar da piada para que caísse no riso.
- Ô mãe! Deixa terminar a piada, deixa ele ouvir a piada toda, para depois a senhora rir - falou Amado.
- É a última lembrança que eu tenho dela - disse Sodré. Aquela alegria contagiante. Foi muito difícil para todos nós - afirmou o compositor.
A pesar da dor que Amado sentia, a vida não parou e, após esse período de afastamento, ele seguiu em frente. Voltou para São Paulo e continuou a jornada, insistindo em sua carreira.
- Mas a vida infelizmente é assim, nem a gente vai ficar mesmo.
Show Amado Batista João Pessoa Paraíba ("Forrock")