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A Decisão | Amado Batista - O Cantador de Histórias - Parte 2 |
A Decisão - Parte 2
- Aqui não dá mais pra ficar. Não tem condições. Dê o que der, eu vou embora para a capital paulista.
E em 1979, Amado Batista decidiu buscar outros horizontes. Saiu de Goiânia para trilhar novos caminhos em São Paulo.
Naquele tempo, os discos com músicas de discotecas "tum, tum, tum..." - mencionados pelo cantor - não vendiam mais que 30 mil cópias e ele já vendia aproximadamente 400 mil, um marco para a época.
Amado já tinha assinado contrato com a Continental e gravado o disco Sementes de Amor (1978), seu quarto álbum, estourado no Brasil inteiro, e mesmo assim passava por dificuldades em Goiânia.
Decidido, o cantor ligou para o pessoal da gravadora:
- Olha, estou indo para São Paulo. Quero ver o vocês vão fazer por mim, por que aqui não dá mais pra ficar. Eu preciso trabalhar e divulgar o disco no país inteiro para conseguir me tornar um sucesso maior ainda.
Os produtores da gravadora imediatamente apoiaram a decisão e trouxeram-no para São Paulo.
Quando chegou à megalópole, Amado ficou hospedado em um hotel bem simples, localizado em Santa Ifigênia, no centro da cidade. De maneira alguma o cantor queria se hospedar no Hotel Jandaia, um três estrelas. Vinha do interior e ficou sem jeito de se instalar em um lugar mais requintado.
- Lá e muito chique, não dá para ir não - dizia o cantos.
Os produtores insistiram, insistiram até que conseguiram convencê-lo a se mudar para o Jandaia. Amado morou nesse hotel durante três anos e a gravadora pagou todas as despesas do cantor.
Sucesso nacional, Amado já vendia vários discos e colecionava discos de ouro e de platina. Sua apresentações eram tímidas e reservadas, mesmo assim, ele era presença constante nos programas Almoço com as estrelas, Bolinha, Raul Gil, Silvio Santos, Chacrinha, República Livre do Cerradão, da TV Anhanguerra, programa comandado pelo Cel. Hipopota. E aos poucos ele ia consolidando sua carreira.
Amado era conhecido no país inteiro.
Mais um dia ao voltar pra casa cedo
Ao entrar eu tive medo
Algo não estava bem
Em nossa cama
Aquela quem eu mais amava
Totalmente se entregava
Nos braços de outro alguém
Desesperado pelo golpe que sofre
Nem sequer eu percebi
Que atirava sem parar
Ao ver os corpos abraçados e sem vida
Vi nascer uma ferida
Em meu peito a machucar
Naquela hora como eu sofri